Foi com este espirito de ser, sentir e querer raiano que nasceu na Vila da Zebreira o Grupo de Toques e Cantares Tradicionais de Zebreira - Saca Sons.
Com a característica alma das gentes raianas - arrojadas, hospitaleiras e, acima de tudo voluntaristas , nasceu este grupo em terra de Zamburras, Adufes e mentes livres para criar e recriar músicas de amores e dissabores passados no mundo rural. A Zebreira foi o berço perfeito. Utilizando toda a sua criatividade, estas mulheres de luta e conquistas, criam os seus próprios instrumentos de percursão(Zamburras, Cabacinhas, Reco-Recos de Conchas, de Madeira e de Caricas...) que manuseiam na perfeição utilizando-os de suporte às maravilhosas vozes que Deus lhes deu e que só deu às mulheres raianas.
(Saca Sons - Numa das actuações em Orense -Espanha)
Para que os amantes da MÚSICA TRADICIONAL fiquem a conhecer um pouco melhor o grupo «Saca Sons» aqui fica um pequeno apanhado do inicio deste projecto!
A Zebreira foi berço de acolhimento para o nascimento de um novo grupo de toques e cantares tradicionais, grupo esse que foi baptizado com o nome «Saca Sons».
Após terminar a actividade do cantar das Janeiras, o Centro para o Estudo das Arte em Belgais convidou o grupo para a gravação de um CD de Musica Tradicional Religiosa. Factor importante pois a partir desta altura as mais persistentes iniciaram uma recolha de cantigas, toques e instrumentos tradicionais do concelho de Idanha-a-Nova.
Para trás ficam as belissimas memórias guardadas por nós, pelos locais lindissimos que vamos visitando aquando na realização dos concertos e de todas as experiências vividas no seio deste projecto, nomeadamente todos os amigos que arranjamos nesse difícil caminho.
O grupo escolheu o nome «Saca Sons» porque pretende explorar todo o tipo de sons dos instrumentos construídos pelas próprias pessoas, tais como a Zamburra, as Cabacinhas, Rec-Rec de Conchas, de Madeira e de Caricas, entre outros instrumentos musicais de precursão bem conhecidos, como o Adufe.
A Zamburra (Símbolo e Imagem do Saca Sons) é um instrumento musical tradicional, construído através de um cântaro de barro que funciona como uma caixa de ressonância, cuja boca do cântaro é tapada com pele de ovelha bem esticada, onde é preso um pau de gavanito. Para estraír o som deste instrumento molha-se a mão com água e desliza-a sobre o pau que está preso no centro da pele. Este movimento irá vibrar a pele produzindo um som grave que faz lembrar o zurrar de uma burra.
M.ª Luísa Roseiro; Fátima Fernandes; Isabel Cruz; M.ª Ofélia Roseiro; Mariana Galante; Amélia Fortunato; Andreia Ribeiro; Vera Louro; Lucélia Louro, Raquel Pereira e Rúdi Mendes
[Saca Sons - Grupo de Toques e Cantares Tradicionais de Zebreira]
Contactos para Concertos/Espectáculos:
Paulo Pinto - 964406210
Maria Ofélia - 932 845 582
email: sacasons@sapo.pt
Uma Pequena, mas Grande Recordação de uma grande amizade que ficou... Muitas Saudades do César Prata e Julieta Silva - Chuchurumel... O Saca Sons "AGRADECE" pelo facto de se terem cruzado no nosso caminho... Bem haja...
O acaso teima em atravessar-nos no caminho experiências fantásticas e encontros únicos. Há tempos encaminhou-nos para a Beira Baixa, mais propriamente para a Zebreira, uma localidade do concelho de Idanha-a-Nova. Pelo caminho fomos parando aqui e ali, recolhendo histórias e vidas. Encontrámos mulheres que cantam como poucas e que ainda são capazes de encontrar na memória canções magníficas, daquelas que arrepiam… sabem como é?
Curioso é o facto de não conseguirem cantar sem acompanhamento rítmico. Quando lhes pedimos para cantar e não têm um adufe à mão, dizem: “Mas cantar… como? Assim… sem adufe?” Então socorrem-se de qualquer coisa para produzir ritmo: uma garrafa de água, uma mesa que esteja próxima ou o próprio corpo.
Esta associação canto-ritmo resultou numa experiência profundamente enriquecedora. Encontrámos mestras que nos ensinaram os diferentes toques de adufe e as diferenças existentes entre eles. Do fundo do coração, obrigado. Ou, como se diz na Beira Alta, “bem-hajam”. Retribuir é uma obrigação: dia 6 de Janeiro, dia de Reis, estreará “Mãos que cantam” um espectáculo que reunirá as mulheres do Saca-Sons (grupo de mulheres da Zebreira, concelho de Idanha-a-Nova,) e Chuchurumel; ensejo para cruzar sons, vidas e canções.
Postado por César Prata